Trovadores do Vale
História, notícias, agenda e lançamentos do Coral Trovadores do Vale, da cidade de Araçuaí, Minas Gerais - Brasil
sexta-feira, 9 de julho de 2010
BEIRA-MAR NOVO
Para este CD, foi selecionado um vasto repertório de cantos e danças. Cantos de Trabalho, como o de Boiadeiros, de Tecedeira e o de Beira Mar. Este último cantado pelos canoeiros. Também fazem parte do disco danças criadas para animar festas e as almas de quem delas participam: Contra-danças, Danças do Vilão, Danças de Roda. Em algumas destas danças os versos são jogados por uma ou outra pessoa da roda. Inclui ainda, Dança de Paulista, Dança de Tecedeira e cantos de motivo religioso como os Batuquinhos de Presépio, cantados na época de Natal em louvor ao nascimento do menino Deus, bem como os Benditos e as Incelências – cantos encomendando a alma de alguém que partiu. A proximidade cultural do Vale com o Nordeste é registrada através de um Coco à moda dos Bambelôs, do sertão baiano, com seu ritmo quente e contagiante.
O repertório deste CD compõem-se, também, de canções com melodias belíssimas como o Limoeiro. Enfim, um repertório que remete o ouvinte, em alguns momentos, à época em que trações negros, índios e portugueses não haviam ainda se amalgamado como hoje se percebe na cultura brasileira”
(Texto de autoria do poeta, jornalista,letrista e fotógrafo João Evangelista Rodrigues extraído do encarte do CD BEIRA MAR NOVO)
quarta-feira, 23 de junho de 2010
UMA HISTÓRIA DE CANTAR
No final da década dos anos 1960, surge em Araçuaí um frei franciscano holandês, o Frei Chico. Conversa vai, cantoria vem, o frei funda, em 09 de agosto de 1970, o Coral Trovadores do Vale.
A proposta era de que o Coral cantasse nas celebrações da Igreja Matriz , com atenção especial para a missa das 19 horas de domingo, e nas festas religiosas; cantasse e difundisse também a música do Vale do Jequitinhonha, daí o nome; e por último, que mantivesse ensaios regulares, envolvendo os componentes e demais interessados na arte e no canto, principalmente o sacro e o folclórico.
Tantas gentes. Artesãos, enfermeiros, professores, secretárias, carpinteiros, motoristas, jardineiros, serviçais, estudantes, balconistas, donas de casa...
E este Coral saiu a pesquisar e a cantar o canto do homem do Vale, expressão poderosa de sua realidade social e religiosa.Cantos de canoeiros, tropeiros, boiadeiros, machadeiros, lavadeiras, penitência, excelências, louvor de anjo, benditos, folias.
Já que a folia entrou nesta escritura, o Trovadores do Vale recuperou as danças de roda, vilão, contradança, tecedeira, nove, batuques. Tudo isso ao som do tamborzão, roncador, pirraça, pandeiro, caixa, violão, entre outros.
A cantoria e a festa pegaram a estrada do mundo de Minas Gerais. Depois, atreveram-se ao mundo do Brasil. Hoje, o Coral Trovadores do Vale é do mundo do coração da gente.
Tem dois cd´s gravados: “Ainda bem não cheguei” e “ Beira Mar Novo”. Participou de filmes, em trabalhos de outros artistas do Vale e do país, foi parar na televisão.
Como povo de Deus, segue. Pois cantar é preciso.
domingo, 20 de junho de 2010
"AINDA BEM NÃO CHEGUEI" (1)
UM VALE, UM RIO E UM POVO
Araçuaí – Rio das Araras Grandes. Artesãos, lavadeiras,empregadas domésticas,professoras e trabalhadores braçais, todos reunidos no ofício de conviver. De sobreviver e lutar. De cantar com amor e emoção. Cantos de trabalho – machadeiros, canoeiros,tropeiros e boiadeiros -, cantos de reza, de lazer e outros como “Penitência” – cantado nas procissões pedindo chuva – e “Louvor de Anjo” – cantado em enterros de crianças. Trovadores da vida do vale.
“Ainda bem não cheguei” é o primeiro disco deste coral. Seu valor artístico é indiscutível. Entretanto possui um sentido ainda maior: devolver à terra seus frutos mais saborosos.
Este disco é mais uma das nossas braçadas. Pretendemos dar muitas outras no rio caudaloso do promover e divulgar a cultura popular do nosso Vale do Jequitinhonha. Sabemos que a correnteza é forte, mas acreditamos na travessia.
Que se dance nas ruas, nas brincadeiras de roda, nos batuques. Que se cante nas escolas,
Nas esquinas e quintais. Que se misture com as águas dos rios e purifique nossos corações.
Que ultrapasse as montanhas e fronteiras deste Vale.
Vale do Jequitinhonha, julho de 1984.
Movimento de Cultura Popular do Jequitinhonha
quarta-feira, 16 de junho de 2010
40 TANTOS
Deus criou o mundo. O mundo dividido entre água e terra. A terra e as águas também foram divididas e receberam nomes muito tempo depois.
Entre essas terras e águas, Deus juntou água/terra de uma forma especial: coisa de Deus mesmo! A terra, dura, árida, ensolarada, ventre um tanto instável – ora frutificando, ora seguindo o vento. A água, abundante na sua escassez. Fosse a que amaciava a terra hidratando suas entranhas de esperança e que eram chamadas de rios,ribeirões,córregos. Fosse a que vinha dos céus, de vez em quando, e que eram conhecidas como milagre quando derramavam parcimoniosas; ou como castigo, ao inundarem tudo.
Para amansar essa terra e dar-lhe razão e felicidade, Deus mandou que ela se povoasse de homens e mulheres fortes, cientes de suas obrigações, corajosos nos seus desafios, crentes nas suas devoções, talentosos nos seus afazeres,amantes do viver e do construir. Machadeiros,
canoeiros,rezadeiras,mães e pais, boiadeiros,comerciantes,garimpeiros,artesãos,artistas, cozinheiras...
Povoada essa terra e celebrada as suas águas, Deus presenteou as gentes delas com o dom de rezar, de benzer. E de cantar.
Daí que tantos, tantos passados depois, por essa terra a que se deu o nome de Vale do Jequitinhonha, surge um lugarzinho especial, Araçuaí. Lugar de um povo que está sempre à direita do Pai.
Um dia, apareceu por lá um franciscano holandês, Chico, que juntou um tanto dessas gentes - entre elas Lira Marques e seus versos em cerâmica - e suas cantorias. Esses foram batizados Coral. Coral Trovadores do Vale.
Agora são 40 anos. 40 tantos de coisas que esses Trovadores mostraram para o Brasil e o mundo através de seus cantares e seus batuques.
Salve, eterno povo de Deus!
domingo, 13 de junho de 2010
AINDA BEM NÃO CHEGUEI
AINDA BEM NÃO CHEGUEI
(Informante: Filomena Maria de Jesus)
CD “Ainda bem não cheguei
Ainda bem não cheguei,
Cheguei perguntando:
Cadê Mariquinha?
Ta na fonte chorando!
Eu fui lá pergunta ela, ai meu Deus,
O que tem que ta chorando, ai meu Deus,
Estrela do Norte olêlê.
O amor é firme
O rabicho é forte
O amor perfeito
Casamento é sorte.
Hoje é a primeira vez, olêlê.
Que eu aqui venho cantar, olêlê,
Eu também peço licença
Para quando aqui voltar
Estrela do Norte, olêlê
ENFIM, A GENTE TÁ VIRTUALIZADO!
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